quarta-feira, 26 de maio de 2010

O livro conselheiro.



Eu, pessoalmente, adoro dar uma palinha dos meus admirados, porém exitem certos poemas, livros, músicas e músicos, que quando descobertos por mim, permanece em mim e para mim. Vira eu, e nem tudo de mim você chegará a saber.
Tenho pouca cultura e literatura, mas o pouco que tenho defendo muito ciumentamente. Ando trabalhando nisso de começar a conversar sobre o que eu gosto. Tenho medo da banalização do que pra mim é precioso.
 A minha música favorita não teria o mesmo gosto confortável e doce de pequena felicidade se eu a ouvisse no rádio. É invasivo. Eu sei quando e como quero ouvi-la, e que permaneça assim por enquanto. Enfim. Egoísmos e manias á parte, voltemos ao dono do título: Mario Quintana. Tenho uma história e tanto com ele. Alguns meses atrás, eu peguei emprestado sem avisar e sem tempo indeterminado de uma biblioteca, um livro com um conjunto de suas obras. Foi nosso primeiro encontro, um encontro de um relacionamento duradouro.
Roubei, digo, peguei emprestado o livro porque suas páginas eram tao finas quanto as da bíblia, leve e gostosa de virar. Mesmo assim a preguiça permanecia estampada nos meus olhos pela impressão de grandeza daquele livro (''Não vou terminar de ler isso nunca’’).
Já que o livro me lembrava muito a bíblia, resolvi fazer um ritual com ele. Desde então, todos os dias abro o livro em qualquer página fina e gostosa e ele me diria o que tenho de saber.
Hoje, ele disse uma coisa interessante que não me despertou egoísmo nem ciúmes e gostaria de contar.
Entendi que, naquele livro, há palavras que não devo ler, e outras que devo ler repetidamente.
Eu acredito em Destino.

Cibeli Marques Pimentel


O dito do livro:


Deficiência


"Deficiente" é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino."Louco" é quem não procura ser feliz com o que possui."Cego" é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores."Surdo" é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês."Mudo" é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia."Paralítico" é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda."Diabético" é quem não consegue ser doce."Anão" é quem não sabe deixar o amor crescer.E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois:"Miseráveis" são todos que não conseguem falar com Deus. A ''amizade'' é um amor que nunca morre.

Mario Quintana

terça-feira, 18 de maio de 2010

Eu e os outros


É. Acho que vou acabar doida de tanto pensar em coisas inúteis que para mim, demoram horas para serem resolvidas.
Pensei nas pessoas e como elas agem. É engraçado sabia? A mesma ladainha juvenil de sempre: aparências.
Acho que essas pessoas não são tão inúteis afinal. São sinais de Deus para o que Ele não quer que eu me torne.
Falsa aparência é como um vício e também uma mentira. Mas a questão aqui não são os meus ou os seus vícios. A questão é: vivemos com eles ou em função deles?
É complicado, eu sei.

Na verdade é simples, nós que fazemos tudo complicar pra não nos enjoarmos rápido de nós mesmos.
Tenho nojo de gente que acha que é livre, daquele estilo ''viva a natureza! Não existe sociedade, não precisamos de ninguém!''
Papo furado! Esses ideais de hoje em dia só vingariam se bilhões de pessoas pensassem da mesma forma. Mas não pensam. Ainda iremos todos morrer por conta desse egoísmo. 

Cibeli Marques Pimentel

quinta-feira, 13 de maio de 2010

A escaladora de palavras


Faz alguns minutos vestidos de horas que o papel amarelado, envelhecido e de linhas lilás e vermelhas refletem seus olhos curiosos de criança. Não pensa em nada. Nem consegue e nem gostaria. Apenas o silêncio frio e branco da folha traz conforto suficiente para que ela permaneça alguns minutos de horas ali.
Ouve vozes. Pensamentos falados de alguém ocupado o suficiente a ponto de falar sem  querer, apenas palavras soltas no chão com tanta delicadeza que ela mal consegue saber seus sentidos. Ela nem se deu ao trabalho de erguer a cabeça pra saber do que se tratava. Seria um pecado quebrar o encanto dos minutos brincando de horas.

O silêncio confortável, frio e branco se quebra diante da dança que seu lápis negro de ponta caseira faz sob a folha virgem dando vida, algo bem melhor de se lembrar do que o silêncio.
As palavras vão se amontoando na sua cabeça, sufocando-a e fugindo de seu domínio.
Ela escala as palavras com dificuldade e demora. Na metade das vezes inteiras ela as vence.
A devoradora de livros espera por ela, ávida e urgente como sempre, este que seria o prato principal. 


Bom apetite.

                                                                                            Cibeli Marques Pimentel

quarta-feira, 12 de maio de 2010

A devoradora de livros


Nunca se sabe quantos livros ela já leu, ou se ela realmente os lê. Acredito que ela os devore toda noite antes de dormir ou no meio de qualquer multidão indo e vindo. Quando ela lê eu a vejo flutuar onde não há exigências. Ela é ela, o que acontece com uma certa raridade. Com verdade, vejo urgência nos olhos dela e não a entendo. Com quem ela conversaria sobre o que ela lê com tanta fome? Acho que ninguém. Devorar livros é um modo de se sentir menos solitária e afrouxar um pouquinho a máscara amarrada ao seu rosto. Ela não sabe, mas ela é bem melhor do que as pessoas com quem anda. Não que eu seja Deus ou algo assim pra julgar as pessoas, mas como todo mundo adora se dar ao luxo de brincar de Deus,não vou ficar pra trás. Ela é completamente previsível. Cada vírgula e respiração.Eu tenho dó de gente interessante que se disfarça de algo que botaram na sua cabeça que é interessante. A famosa Maria vai com as outras.
                                                       Me poupe, eu me basto!

                                                                                             Cibeli Marques Pimentel

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Tempo, mudanças e promessas


Não sei exatamente o que escrevo aqui hoje.Geralmente nunca sei, mesmo fazendo rascunhos e mais rascunhos.É uma mistura de revolta com carinho e uma pitada de dúvida com aroma de infinitas interrogações, tal qual eu sinto com tanta intensidade que algo fica muito gritante dentro de mim, pedindo desesperadamente para que eu escreva.

Andei pensando no tempo, e como gostaria que houvesse reticências nele. Ouvi dizer que o ponto final é doloroso demais e as reticências nos proporcionam uma espécie de esperança. É verdade, mas eu, tu, ele, nós, vós, eles, todos enfim vamos morrer. Não nessa exata ordem, mas vamos, algum dia.
A morte é a única promessa fixa, imutável e infalível que já vi. Aah, essas promessas. Se você acredita que promessas realmente duram para sempre, desista. E se você acredita que elas não existem, por favor não seja tão pessimista assim. Promessas mudam, comigo e com você. Mudam também as pessoas que nos prometem.
Eu, Cibeli Marques Pimentel, acredito na reencarnação e na imortalidade da alma, portanto, meus toscos leitores, nada se cria ou simplesmente deixa de existir. Tudo, eu disse, tudo se transforma. O amor, o ódio, a felicidade, a paz de espírito e a promessa...
A dúvida é um sinal claro de mudança. Eu gostava de azul, hoje pode ser verde ou talvez eu nem goste mais de cores. A mudança é tão rápida que nem eu mesma acompanho a minha, o que resta é aquela típica expressão olhando as fotos dos anos passados. ''Como eu mudei''.
Acho que se Deus não tivesse nos dado o livre-arbítrio pensaríamos mil vezes antes de prometer. Doeria menos.

Cibeli Marques Pimentel